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domingo, 16 de agosto de 2015

Eu quero acreditar

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Dizem que depois da tempestade vem a calmaria;
Eu quero acreditar, mas a vida é de uma turbulência que parece nunca ter fim.

Dizem que o céu é de verdade, Deus é justo e o paraíso existe;
Eu quero acreditar, mas os que sempre detêm o poder são obreiros satânicos, e a injustiça tem sido soberana, e o acesso ao paraíso me parece cada dia mais improvável e distante.

Será que no final seremos felizes? Quando?
Depois do nada que somos o mais seremos?
Podemos ser nada sem consciência do fomos e do que somos?
Depois de tornar-me pó o que me importa a vida?
Eu já a vivi, bem ou mal, sou passado.

Somos todos heróis medíocres;
_ Heróis porque vivemos _, sobrevivemos.
Á custa do que sobrevivemos, ainda?
Títulos, estrelas, licenças...
Doutores da morte.

Após tantas e tantas tragédias a vida ainda é vida, continua.
Insistentemente a vida continua; como que por vingança d’algum deus, continua.

Ah, você tem propósito!
Existe algo melhor do que o propósito de viver?
Então por que não conseguimos compartilhar o respeito desse direito de todos?
Ah, somos humanos?!
Eu quero acreditar.

Mas eu simplesmente não consigo!





domingo, 9 de agosto de 2015

Steve Vai




sábado, 1 de agosto de 2015

É Preciso Também não Ter Filosofia Nenhuma


Não basta abrir a janela 
Para ver os campos e o rio. 
Não é bastante não ser cego 
Para ver as árvores e as flores. 
É preciso também não ter filosofia nenhuma. 
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas. 
Há só cada um de nós, como uma cave. 
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; 
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, 
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela. 

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Dou-lhes o que querem


Cobram-me otimismo, eu lhes darei otimismo,
Falso otimismo.
Cobram-me mais alegria, eu lhes darei risos.
Até amor posso lhes dar,
Amor verdadeiro,
Porque amor falso não sobrevive por muito tempo.

Mas no seu egoísmo o mundo nem repara
Não lhes importa o certo e o errado, falso ou verdadeiro,
Se a joia é rara;
O que lhes interessa é receber o agrado
O qual acha que mereça
E corarem-se de glória dos pés à cabeça.

E se o mundo o agride com tanta demência
E se o falso supera a verdade com tanta eloquência
E se a dor apaga o riso
E se o mal supera o bem
E se o ódio invade o pensamento
E se o amor é sufocado, não importa;
O mundo já tem o que queria:
O falso brilho da joia imprópria.

Por que não posso ser triste?
Por que não devo estar insatisfeito?
Por que tenho de seguir protocolos, fingindo que está tudo bem e sou perfeito?
Por que você não pode ser você e eu não posso ser eu com nossos dons e nossos defeitos?

Por isso gosto do conforto do asilo da minha caverna
Só lá posso ser autêntico.
Nesse exílio escuro que tenta iluminar-se com a própria luz
É aonde encontro sentido para a força que me conduz.
Pra onde vou eu não sei, mas aqui não é o meu lugar.
Uma alma precisa ter direito a autenticidade,
Precisa do direito de ir e vir
E sonhar.
Quem sabe um dia...

Enquanto isso eu lhes dou o que querem:
Risos.


Especial